Eu
quero falar em prevenção ao crime e o que você, cidadão de bem, pode (e deve)
fazer para se sentir mais seguro enquanto anda na rua. Não me refiro a portar
uma arma ou conhecer técnicas de defesa pessoal, até porque como eu disse,
estaremos falando sobre maneiras de se antecipar a uma situação de risco e
evitar ser apanhado de surpresa.
Armas,
por exemplo, podem nos trazer uma sensação de que se está totalmente protegido,
o que infelizmente não corresponde à realidade, nem mesmo para o policial mais
bem treinado em seu manuseio, porque se este for apanhado de surpresa em uma
situação desvantajosa, tal como uma arma carregada apontada a poucos
centímetros de sua cabeça, dificilmente será bem sucedido em uma reação e as consequências
poderão ser fatais.
Especialistas
em comportamento humano afirmam que se podem definir traços da personalidade
simplesmente pela forma como uma pessoa caminha na rua, como dirige seu carro,
a maneira como se senta em um bar para tomar um café, entre outras atividades
que exerce rotineiramente no seu dia a dia. Ao caminhar, por exemplo, a pessoa
pode balançar ambos os braços, andar com a cabeça baixa, rapidamente, devagar,
com as mãos nos bolsos, braços cruzados à frente, falando ao celular. Um comportamento
distraído pode tornar você mais uma vítima do ataque de um marginal disposto
até a matar para roubar.
Marginais
não são especialistas, mas instintivamente observam o comportamento de suas
vítimas antes de ataca-las, ao invés de fazê-lo aleatoriamente. Tal qual um
predador observa suas presas, escolhendo as mais fracas e lentas, um marginal
escolhe suas vítimas na rua observando o seu comportamento ou atitude distraída.
É aí que entra o estado de alerta e de se estar atento ao que ocorre ao seu
redor enquanto anda na rua. Não significa um estado de paranoia, mas tão
somente de atenção.
O
estado de alerta, além de prevenir situações de risco, consiste numa “arma
psicológica” contra um agressor, pois ao perceber que foi notado e que sua
vítima está disposta a lutar, haverá um aumento considerável nas chances de
desistência do ataque. Imagine-se saindo de uma loja no centro da cidade em uma
rua pouco movimentada. Ambas as mãos ocupadas por sacolas com compras e
mentalmente seu objetivo agora é chegar ao seu carro estacionado do outro lado
da rua. Sua mente e sua visão estão voltadas para o carro e você não percebe,
mas próximo dali um marginal te observa e já percebeu sua distração. Você passa
as sacolas para uma das mãos e procura a chave do carro ficando ainda mais
distraído e ao finalmente ao abri-lo, é surpreendido com uma arma de fogo ou
faca. Tarde demais!
Em
situações como essa, comuns em todos os médios e grandes centro urbanos,
poderão ocorrer vários desdobramentos: o agressor irá exigir apenas seu
dinheiro, ou ainda seu carro, ou pior: você será sequestrado, espancado,
gravemente ferido ou até mesmo assassinado. A prevenção por meio do estado de
alerta falhou e agora você está nas mãos de um marginal. E na pior das
hipóteses apresentadas, lhe restarão poucas opções: ou implora pela sua vida
que está prestes a perder ou parte para um furioso enfrentamento.
Obviamente
cada situação é uma situação diferente e os desdobramentos subsequentes também
são. A prevenção falhou e você já foi surpreendido e numa outra hipótese o
marginal claramente não tem intenção de tirar sua vida. Analise os riscos e se
vale à pena lutar apenas por dinheiro ou um carro roubado e expor a sua vida
desnecessariamente. Para evitar situações de risco, então é necessário praticar
o estado de alerta e se acostumar a proceder dessa forma. Independente de se
estar a pé na rua ou no interior de um carro, manter a atenção a tudo o que
ocorre próximo ao seu redor é muito importante.
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